O Centro Acadêmico XI de Fevereiro, atônito, vem, por meio desta nota, se manifestar sobre as informações veiculadas na coluna do jornalista Moacir Pereira em 24/08/2021. Primeiramente, ressaltamos que o CAXIF esteve sempre à disposição para mediar a relação professor-aluno e buscar soluções para eventuais dificuldades e problemas junto às instâncias administrativas, como sempre fez, mesmo antes dos tortuosos tempos da pandemia. Por isso, deixamos claro que nenhuma das reclamações expostas na matéria foi trazido à conhecimento deste centro acadêmico, não houve nenhuma reclamação acerca dos fatos falados exposto a qualquer integrante deste centro acadêmico. O CAXIF não foi responsável por suposta “omissão” sobre reclamações de atitudes de professores em aula.
Há de se questionar, ainda, sobre o porquê de o grupo anônimo de estudantes ter escolhido o jornal Notícias do Dia (ND) para expor estas situações. Qual o interesse de levar estas questões ao Jornal ND de forma anônima, sem qualquer comunicação com instâncias administrativas? Questões estas que não são integralmente verdadeiras e, mesmo que o fossem, poderiam ser tratadas no âmbito interno do curso e nos órgãos adequados. A situação seria diferente se, irresignados com a eficácia das demais instâncias, os estudantes buscassem apelo externo, mas isso não foi feito. Em sequência, nos resta questionar, por que o ND?
O Jornal ND notoriamente vem se dedicando a atacar a UFSC em todas as oportunidades que lhe são apresentadas. O jornalista Moacir Pereira não mede esforços para disseminar inverdades como a alegação de que professores e técnicos “não querem trabalhar”, que a “universidade está parada”, influenciando a opinião pública a se voltar contra a comunidade universitária por meio de informações falsas e tendenciosas. A coluna, dessa forma, serve apenas como mais um material de ataque a essa universidade federal, sem qualquer compromisso com a averiguação da veracidade das informações prestadas de forma anônima.
A implementação do ensino remoto se revelou enquanto solução temporária para os transtornos causados pela crise da pandemia, tendo a administração, quer da UFSC em geral, quer do CCJ, sempre buscado atender o melhor interesse dos alunos. Medidas como o empréstimo de computadores, fornecimento de bolsas, realização de cursos de formação e capacitação de professores e monitores discentes, dentre outras, são nítidos reflexos dessa preocupação institucional.
Sabemos que a quase transformação de cursos originalmente planejados para serem ministrados em caráter presencial em cursos remotos podem resultar na experimentação de dificuldades entre docentes e discentes na adaptação das metodologias de ensino e aprendizagem, e torcemos, assim como cremos também torcer todos que vivem e viviam o cotidiano da universidade, pelo breve retorno à normalidade. Entretanto, compreendemos não existir atualmente cenário seguro para o retorno das aulas presenciais, de modo que vem este Centro Acadêmico em trabalho contínuo com a instituição buscando aprimorar as metodologias aplicadas no que por ora se revela como a medida possível, sem olvidar a necessidade de manutenção do ensino de qualidade ainda que à distância. Ocorre que mesmo dentro deste cenário caótico, não é oportuno, muito menos justo, os ataques gratuitos que vem sofrendo a Universidade Federal de Santa Catarina quase que diariamente pela mídia. A universidade brasileira é e sempre foi sinônimo de qualidade, produzindo conhecimento científico produtivo e modificador da realidade. Atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas dentro da academia ultrapassam o contorno físico dos campi e se inserem no cotidiano dos brasileiros, inclusive durante a pandemia. A UFSC é sinônimo de excelência e ente essencialmente na vida dos catarinenses, sendo procurada enquanto casa acadêmica por diversas pessoas, quer no nível de graduação, quer no nível de pós-graduação, fato que pode ser facilmente constatado a partir dos altos números de inscrições para vestibulares e processos seletivos de ingresso.
O Centro de Ciências Jurídicas, por sinal, formou e ainda forma profissionais capacitados e conceituados, basta ver os inúmeros juízes(as), promotores(as), procuradores(as), advogados(as), ministros(as), professor(as), etc., todos egressos de nossa casa que auxiliam diariamente na transformação do Brasil em uma nação justa e solidária através de sua atuação laboral e na produção de conhecimento. Problemas pontuais existem e são normais à vida em sociedade, porém não devem ser interpretados como regra. A nota veiculada pelo jornal apresenta o curso de direito como uma casa de balbúrdia, desorganização e doutrinação ideológica, o que não é verdade. Pedimos encarecidamente o respeito pela universidade pública e aos profissionais da educação que se reinventaram em decorrência da pandemia. Não é momento de desunião, seguimos atentos e afincos à defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade, e reiteramos o compromisso deste centro acadêmico com os alunos e alunas por nós representados.
Florianópolis, 31 de agosto de 2021.
Centro Acadêmico XI de Fevereiro – gestão Presença! – 2021-22.
