Oração Fúnebre proferida pelo Professor José Isaac Pilati, Diretor do CCJ, a JOÃO MARTINS

24/01/2020 13:13

A Direção do Centro de Ciências Jurídicas, por meio de seu Diretor em Exercício, prof. Samuel Mattos, torna pública a Oração Fúnebre proferida pelo Professor José Isaac Pilati, Diretor do CCJ, nas últimas homenagens prestadas a JOÃO MARTINS, no Jardim da Paz, em nome do CCJ. Cabe destacar que JOÃO MARTINS era egresso na 21ª turma de formandos do CCJ, ano de 1958, vindo a falecer no dia 22 último aos 86 anos de idade.

ORAÇÃO FÚNEBRE PROFERIDA POR JOSÉ ISAAC PILATI NA CONDIÇÃO DE DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA E DE REPRESENTANTE DA ACADEMIA CATARINENSE DE LETRAS JURÍDICAS NO ATO, AO DESEMBARGADOR JOÃO MARTINS, NO JARDIM DA PAZ, CAPELA MARFIM, EM FLORIANÓPOLIS, ÀS 17 HORAS DO DIA 23 DE JANEIRO DE 2020.

​A religião romana era uma religião de virtudes cívicas. Voltada às raízes da urbe e sua fundação, era acima de tudo uma fervorosa escola de formação e educação das novas gerações. ​E quando falecia uma pessoa importante e digna da glória da república – como no caso de João Martins, insigne Magistrado que presidiu os egrégios tribunais do nosso Estado, o de Justiça e o Eleitoral – o esquife era levado para o Fórum, antes de ser levado, como aqui, à cremação. ​E ali exposto, tal qual João Martins o Corregedor, o fundador da Escola Superior da Magistratura de Santa Catarina (ESMESC), o Advogado, o Delegado, o Presidente da Associação Catarinense dos Magistrados, cuja bandeira está abraçada a ele neste momento de adeus que precede à sua cremação – os romanos prestavam-lhe efusivas homenagens, tributando as glórias da vida e da morte ao ilustre cidadão que transmutava em religião e república. ​Jorge Luiz Borges definiu tal momento como de hospitalidade mortuária. Sim, é uma tenda de completude erigida além da vida; porque João Martins está perfeito na morte, nada mais se lhe tira ou acrescenta, nem mesmo o pranto das bandeiras e a dor da família. De agora em diante falarão por ele os seus acórdãos da justiça, os seus textos de escrita, os seus amigos que aqui estão, e, sobretudo, os seus familiares, que não conseguiremos consolar, mas que tentamos confortar. ​Dona Mercedes, o Jordan, o João, o Alexandre e o Jefferson acompanharam o juiz João Martins de comarca em comarca pelo interland catarinense, a cambiar de coeva, como diz Martin Fierro no pampa argentino. Depois as noras, os netos, numa brilhante família, enfim, que rebrilha em honrosos postos e funções do nosso Estado, tal qual o avô extremado, o pai amoroso, o marido exemplar, o sogro ideal, o exemplo maior, enfim. Muito obrigado!